NOTAS: | “lembrarei, para reflexões futuras, um livro tão inesperado como Signo Sinal (1979), onde o tratamento grotesco da revolução de Abril se faz através da paródia (séria e cómica: ver, por exemplo, o discurso das três mulheres; o discurso da Muda, ainda por cima bêbeda; a invasão do mortos, e a referência às sessões na Assembleia), insistindo-se também nos efeitos de redundância, da concessão ao exagero e à deformação, sintomas de uma indiferenciação axiológica e não exatamente de conservadorismo político; o modo romanesco de Vergílio Ferreira permanece intacto (o enquadramento ficcional da praia e da aldeia, correspondentes a tempos diferentes, mas não simétricos, da narração, o evocativo e o fatual; a situação subjetiva do labirinto e a companhia do cão Teseu), mas personagens como a puta Carolina (mesmo tendo em conta que o obsceno é uma categoria emergente da obra do Autor a partir de Alegria breve) e, sobretudo, o Arquiteto, surpreendem”...Eduardo Prado Coelho |